Ao longo da história da companhia, fundada em 1975 pelo então adolescente Bill Gates, muitas gafes aconteceram nos momentos mais impróprios, como a infame aparição da tela azul "da morte" durante o anúncio do Windows 98, que envergonhou o seu já famoso presidente (confira no vídeo abaixo). Mas falaremos aqui de erros de planejamento e execução, coisas que poderiam ter saído muito melhor se a empresa tivesse pensado um pouco melhor nos produtos.
Erro 5 - Windows Millennium Edition
O Windows ME já começou errado. O sistema operacional foi lançado em setembro de 2000 com um nome brega e datado para substituir o Windows 98, versão mais avançada do software até então. No entanto, ele não conseguiu cumprir o papel e foi solenemente ignorado pelos usuários.
O sistema trouxe algumas inovações, como o suporte nativo ao MP3 (na época, ainda uma novidade), assistente de criação de redes domésticas e o necessário recurso de Restauração do Sistema. Mas sua instabilidade e incompatibilidade com alguns recursos que utilizavam o DOS fez com que o software ganhasse o apelido de Windows "Mistake Edition" (ou "Edição Erro", em português). Era difícil até mesmo instalar o programa no computador, e o infame som de erro era frequente.
E ele não durou muito também. Pouco mais de um ano depois de ser lançado, o ME foi substituído pelo Windows XP, uma das versões de maior sucesso da Microsoft, responsável por trazer vários recursos novos e uma interface completamente renovada. Pelo menos a empresa se recuperou logo do erro, ao contrário do que aconteceu com o nosso quarto colocado.
Erro 4 - Windows Vista
Muita gente ama o Vista. Atualmente na versão 6.0 e com o pacote de atualizações Service Pack 2, o sistema operacional está com usabilidade e estabilidade comparável ao do Windows 7. Mas o fato é que o sistema operacional precisou passar por muitas correções para solucionar problemas que o perseguiam desde a época do seu lançamento, em janeiro de 2007.
Conhecido como "Longhorn" pela Microsoft, quando foi anunciado em julho de 2005, o software tinha a difícil missão de substituir o bem sucedido Windows XP, lançado em 2001. A demora entre as duas versões do sistema gerou expectativas imensas, e as mudanças não foram tão bem recebidas, a começar pelo grande problema de incompatibilidade. Quando finalmente chegou ao mercado, o Vista contava ainda com poucos softwares desenvolvidos para rodar perfeitamente no sistema. Como o XP era ainda a plataforma dominante, muitos usuários ficaram frustrados por não poderem simplesmente usar os seus programas preferidos sem gambiarras.
Outra grande dor de cabeça era a configuração necessária para rodar. Ao contrário do que afirmavam as fabricantes de computador da época, poucas máquinas eram capazes de exibir todas as novidades gráficas e ferramentas que o Vista prometia. Na ocasião, era um sistema pesado e de difícil usabilidade, o que fez muitos usuários - e até mesmo empresas - preferirem permanecer com o XP. Pelo menos assim foi até a chegada do Windows 7.
Erro 3 - Tablets? Que é isso?
Desejo de consumo dos tecnófilos atualmente, os tablets viraram febre no mercado com grandes empresas investindo forte para combater o atual domínio da Apple com o iPad. E quem ficou de fora? Isso mesmo, a Microsoft, que tem participação praticamente inexistente na plataforma.
A Hewlett-Packard chegou a anunciar que iria fabricar o tablet Slate rodando Windows 7, durante uma conferência do diretor-executivo da Microsoft, Steve Ballmer, na CES 2010, nos Estados Unidos. De fato o produto chegou a ser produzido, mas ninguém nem notou. E a HP vai investir mesmo é no TouchPad, que chegará às lojas com o sistema WebOS, da antiga Palm.
Isso acontece também porque o Windows 7 é essencialmente um sistema para computadores comuns. O máximo de flexibilidade dele é ser instalado em um netbook, mas ainda assim há restrições. O fato é que o s
oftware não tem grande usabilidade com a obrigatória interface touchscreen dos tablets, dificultando muito o seu uso. Veja o vídeo oficial da HP Slate clicando abaixo e tire suas próprias conclusões.
O Windows Phone 7, por sua vez, que poderia ser uma opção muito mais adequada para a plataforma, não convenceu ainda (muito menos o praticamente finado Windows Mobile 6.5). Talvez com o investimento forte da Nokia a partir do final do ano (ou começo de 2012) a situação melhore, mas ainda não há nem sinal de um aparel
ho com o sistema. Enquanto isso, a Microsoft só poderia observar a Apple, Samsung, Motorola e a própria HP assumindo a liderança desse valioso mercado. Aparentemente a situação deve mudar agora, depois que, durante o último keynote da Microsoft, foi revelada uma versão do Windows 7 para processadores ARM, mas isso ainda não é garantia de nada.
Erro 2 - Internet Explorer 6
Na verdade, esse não chega a ser um fracasso. O navegador foi o mais utilizado até 2009, mesmo tendo sido lançado em agosto de 2001 e com duas versões superiores já no mercado. Provavelmente foi a iniciação de muita gente à internet, em uma época em que computadores e internet começaram a se tornar uma realidade no Brasil.
O problema foi justamente a estagnação. O IE6 só foi ter um substituto em 2007 e, mesmo assim, não perdeu o trono. O browser só foi perder o primeiro lugar com a chegada do Internet Explorer 8 no ano seguinte. Mas dar tanto tempo para a concorrência não foi uma boa ideia.
Com constantes problemas de segurança (é o alvo preferido de worms, vírus e trojans até hoje), performance lenta e considerado pesado, o IE6 perdeu muito espaço com a chegada de alternativas entre os navegadores. O maior concorrente foi o Firefox, da Fundação Mozilla, que aproveitou para ganhar popularidade e se tornar o segundo browser mais utilizado. Outros vieram no embalo, como o Google Chrome e mesmo o Opera.
Obsoleto, o Internet Explorer 6 foi até mesmo alvo de uma campanha da Microsoft para seu desuso. A companhia incentivou a atualização para versões mais modernas do navegador, tamanha era a resistência de usuários e a vulnerabilidade do software obsoleto.
Erro 1 - Bing
Não estamos falando mal do sistema de buscas da Microsoft. Mas sim de, mais uma vez, a empresa ter sido negligente no mercado e ter observado rivais aparecerem com produtos eficientes. Nesse caso, a companhia praticamente permitiu a criação de um de seus maiores oponentes: o Google.
Com a popularização da internet, grandes mecanismos de busca foram criados. Até 1998, as maiores empresas no setor eram Altavista e Yahoo. Aí chegou o Google, fundado por Larry Page e Sergey Brin, com uma estratégia agressiva e trazendo bons algoritmos para mostrar resultados mais eficientes. E daí à sua popularização foi apenas um salto, tornando-se líder absoluto e eventualmente enveredando para outras áreas, como sistemas operacionais (Chrome OS e Android) e softwares baseados na web (Gmail e Doc), enfrentando a própria Microsoft.
Foi só em 2009 que a gigante do Windows, capitaneada por Steve Ballmer, resolveu se mexer e lançar o Bing, de fato um eficiente motor de busca. Hoje, a ferramenta já começa a incomodar o Google, alcançando 30% do mercado, contra 64% do rival.
Mas, nas palavras do próprio Ballmer, levou-se muito tempo para uma reação. "Eu provavelmente diria que teria começado antes", disse na ocasião do lançamento do Bing. E pode até ser tarde demais, já que muitos acreditam em um futuro dominado pelos tablets e smartphones, no qual a participação da Microsoft ainda é muito pequena. Certamente não é o que imaginou Bill Gates quando escreveu o best-seller A Estrada do Futuro, em 1995.
Fonte: http://www.techtudo.com.br/rankings/noticia/2011/04/top-5-piores-erros-da-microsoft.html
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